Museus mostram trajetória da mulher na arte brasileira
Durante muito tempo, a mulher esteve presente na arte apenas como inspiradora e musa, à margem do processo criativo. Mas esse papel não lhe cabe mais, e os museus brasileiros são prova disso: as coleções estão repletas de obras feitas por mulheres, que expressam o olhar de sua época e a insistência feminina em participar do mundo e do período em que vivem por meio da criação artística.
No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, um roteiro pelos museus do Ibram/MinC no Rio de Janeiro oferece um panorama da trajetória feminina na arte brasileira.
No Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) e no Museu da República, por exemplo, estão obras da pintora Georgina de Albuquerque (1885-1962), uma das precursoras da participação das mulheres nas artes plásticas no país.
Primeira caricaturista a despontar no Brasil, Nair de Teffé (1886-1981) foi outra dessas pioneiras. Nair retratou todos os presidentes de Deodoro da Fonseca a JK, além de figuras da sociedade do século XX, por meio de portrait-charges ou retratos caricaturais. Seu trabalho pode ser visto no Museu Histórico Nacional e no Museu Imperial, entre outros.
(Nair = Rian) A-R-R-A-S-O-U-t
As mulheres também participaram ativamente do estopim do movimento modernista. Anita Malfatti (1889-1964) e Tarsila do Amaral (1890-1973) ajudaram a renovar a arte brasileira inspiradas na brasilidade. O MNBA guarda algumas de suas obras. No mesmo museu, pode-se conhecer ainda o talento de Djanira (1914-1979) que, inspirada em trabalhos de mulheres modernistas, tornou-se uma das grandes intérpretes do movimento no Brasil.
Um novo redirecionamento da arte brasileira acontece a partir de 1951, tendo como marco 1ª Bienal de Artes de São Paulo. A bienal – cuja organização teve participação decisiva de uma mulher, a escultora Maria Martins – inspirou a criação do Manifesto Neoconcreto no Brasil.
Falar em neoconcretismo é falar em Lygia Pape (1927-2004) e também em Lygia Clark (1920-1988), que, dentre outras experiências inovadoras, consolida a performance na história da arte ao utilizar o corpo como parte da obra. O legado das duas artistas integra, por exemplo, o acervo dos Museus Castro Maya (Museu da Chácara do Céu e Museu do Açude), ao lado de obras de Fayga Ostrower. Outras artistas contemporâneas como Mônica Barki, Ana Bella Geiger, Marta Niklaus, Malu Fatorelli e Iole de Freitas também estão presentes nos acervos dos museus Ibram/MinC.
Museus onde podem ser encontradas obras das artistas citadas:
Museu Histórico Nacional Praça Marechal Âncora, s/nº, Centro, Rio de Janeiro. Fone (21) 2550-9221 www.museuhistoriconacional.com.br
Museu da República Rua do Catete, 153, Rio de Janeiro. Fone (21) 3235-3693 www.museudarepublica.org.br
Museu Nacional de Belas Artes Av. Rio Branco, nº 199, Rio de Janeiro (21) 2219-8474 www.mnba.gov.br
Museus Castro Maya (Chácara do Céu e Museu do Açude) Chácara do Céu: Rua Murtinho Nobre, nº 93, Santa Teresa, Rio de Janeiro. Fone (21) 3970-1093. Museu do Açude: Estrada do Açude, 764, Alto da Boa Vista www.museuscastromaya.com.br
Museu Imperial Rua da Imperatriz, nº 220, Petrópolis (RJ). Fone (24) 2245-5550 www.museuimperial.gov.br Fonte: Assessoria de Comunicação, Ibram/MinC Data de Publicação: 04/03/2011
+ info: http://www.ibram.gov.br/ |